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Karatê Kid Legend tinha tudo pra ser o “grande retorno aos cinemas” da franquia. E tecnicamente é.
Mas na real?
Ele parece mais um episódio estendido de Cobra Kai do que um filme com alma própria.
Não que isso seja ruim — só que o filme todo grita:
“Me coloca na sexta temporada! Eu nasci pra ser Parte 3!”
⚔️ O que acerta em cheio
- Jackie Chan está impecável como mestre. Um monge da porrada com olhar de quem já viu muita pancada virar sabedoria.
- O novo protagonista tem carisma e entende o peso simbólico do título — mesmo parecendo ter aprendido kung fu ontem e já querendo filosofar hoje.
- As cenas de luta entregam, com menos cortes do que a média Marvel. O que, convenhamos, já é um upgrade.
- Daniel LaRusso retorna como aquele mentor que mistura bons conselhos com nostalgia automática.
Um elo entre gerações — e entre roteiros reciclados e novos começos.
🥋 Mas onde está o espírito do Sr. Miyagi?
O maior erro do filme não é técnico.
É emocional.
Faltou o coração do mestre Miyagi. Faltou aquela saudade que Cobra Kai soube explorar tão bem — com flashbacks emocionantes, frases sussurradas no tempo, e aquela dorzinha boa que faz qualquer fã de longa data engolir seco.
Aqui, Pat Morita é citado… mas não é sentido.
E isso dói mais que chute na costela.
Imagina só: um flashback do jovem Miyagi treinando ao lado do personagem do Jackie Chan.
Dois mestres em formação.
Um ensinando a encerar carros, o outro desmontando rádios no chão da oficina.
Ambos descobrindo que luta é respeito antes de tudo.
Se isso tivesse no filme?
Velhinho chorava.
Adolescente batia palma.
E a franquia ganhava um momento lendário.
👊 Spoiler pós-créditos (sim, tem Johnny Lawrence)
Depois que tudo termina com o já esperado momento de paz e lições de superação, a tela escurece…
E a gente ouve uma garrafa sendo aberta.
Entra ele: Johnny Lawrence, do jeito que a gente ama. Faixa suada, olhar perdido, e aquele sarcasmo que só ele tem:
— “Miyagi era um mestre… mas o Daniel merecia tomar uns tapas naquela luta final.”
Curtíssimo.
Impagável.
E simbólico: a zoeira ainda vive.
🎬 Conclusão
Karatê Kid Legend não é uma Brastemp de filme.
Mas é como aquele ventilador antigo da sua infância:
faz barulho, treme, range — e mesmo assim, você não troca por nada.
Ele não é épico.
Mas é honesto com sua alma nostálgica.
E isso, pra quem cresceu ouvindo “wax on, wax off”, já vale o ingresso.