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A CD Projekt Red resolveu mexer num vespeiro: a ideia é lançar três jogos de The Witcher em até seis anos. Ambicioso? Muito. Arriscado? Também. Errado? Talvez não — e é aí que a conversa fica interessante.
⏱️ Três RPGs gigantes em seis anos: loucura ou estratégia?
O plano soa agressivo para uma franquia de RPGs de mundo aberto, ainda mais depois do trauma coletivo de lançamentos apressados na indústria. Mas tem contexto:
- The Witcher 4 já está em produção há ~4 anos (incluindo pré-produção)
- A trilogia deve reutilizar bases técnicas e narrativas
- A nova saga é centrada em Ciri, o que permite continuidade
Ou seja: o primeiro jogo constrói o alicerce; os seguintes expandem.
♻️ Reutilizar assets não é pecado (quando é bem feito)
A internet costuma confundir “reutilização” com “preguiça”. Não é a mesma coisa.
Exemplos que funcionaram:
- God of War Ragnarök: menos ruptura, mais fechamento narrativo
- Yakuza: recicla cenários, reinventa histórias
- Mass Effect: mundo persistente, decisões importadas
A ideia não é fazer “o mesmo jogo três vezes”, mas adicionar ingredientes ao mesmo prato — e deixar o sabor mudar com o tempo.
🧩 O que a nova trilogia pode fazer de diferente (e melhor)
Se a CDPR jogar direito, dá pra transformar a “polêmica” em vantagem:
- 🌍 Mundo persistente: cidades e facções reagindo às decisões anteriores
- 🧠 Narrativa acumulativa: consequências que atravessam jogos
- 🛠️ Evolução incremental: sistemas novos sem jogar fora o que funciona
Em vez de “superar The Witcher 3” a cada jogo, a trilogia pode crescer sobre ele.
⚠️ Onde mora o risco real
Claro, nem tudo são flores:
- Prazos apertados podem virar crunch
- Falta de inovação mecânica pode cansar
- Expectativa inflada sempre cobra seu preço
Mas note: o risco não é reutilizar. O risco é não saber o que fazer com o que foi reutilizado.
🎯 Por que outras franquias deveriam prestar atenção
Nem toda série precisa se reinventar do zero a cada capítulo. Algumas poderiam ganhar muito se parassem de resetar tudo:
- Resident Evil
- Final Fantasy
- Pokémon
Construir continuidade, não só novidade, pode ser mais sustentável — criativa e financeiramente.
🧠 No fundo, é uma mudança de mentalidade
A nova trilogia de The Witcher não quer ser:
“três jogos que competem entre si”
Ela quer ser:
uma história que se desdobra em capítulos
Vai gerar discussão. Vai dividir fãs. Vai incomodar puristas.
Mas talvez seja exatamente isso que a indústria precisa agora.








